Como Jesus corre para nós



Na parábola contada por Jesus, o pai do filho pródigo largou tudo e correu ao encontro do seu "filho que estava perdido" demonstrando sua graça e amor incondicionais. Uma outra narrativa bíblica que nos chama a atenção é o caso da mulher que foi pega em delito de adultério, como vemos em João 8.1-11, Jesus demonstrando na prática, o Seu amor capaz de romper todas as barreiras.

Veja a explicação dada pelo doutor Kenneth E. Bailey sobre como Jesus corre em nossa direção.

"Quando Jesus contou a parábola do filho pródigo, Ele estava a caminho de Jerusalém, onde seria crucificado. Agora, Jesus está em Jerusalém, onde deixa um exemplo de como Ele corre para nós. Uma mulher foi apanhada em flagrante delito de adultério e é levada a Jesus pelos fariseus, para testá-Lo. No palco, temos tanto o "bom" quanto o "mau" juntos - diferentemente da parábola do filho pródigo, onde os irmãos mais novo e mais velho estão no palco em momentos diferentes. Neste caso, os fariseus, os "bons", tentam desacreditar Jesus e apedrejar a mulher. Os fariseus têm a seu favor o fato de que na lei dada por Deus a Moisés os adúlteros "devem ser apedrejados até a morte”. Por outro lado, a mulher, a "má", permanece em silêncio diante de seus acusadores. Os fariseus estão tomados pela raiva e a mulher está oprimida pelo medo. Então como Jesus correrá para os "bons" e os "maus"? Se Ele defende a mulher, Ele irá invalidar a lei de Moisés. Se, ao contrário, Ele se inclinará para o lado dos fariseus, a mulher será apedrejada, e Sua mensagem de graça, conseqüentemente, será invalidada.

Jesus corre até os fariseus não para dizer que eles estão errados, mas pedindo-lhes que examinem-se antes de condenar a mulher. Este ato de bondade, não só tem o potencial de salvar a mulher, mas também os próprios fariseus. Jesus quer despertar neles, homens fortes e poderosos um sentimento de culpa, um discernimento de que eles também não são inocentes e necessitam da graça. Jesus sabe que os fariseus podem encontrar na reflexão, que não honram suas esposas com amor, mas as oprimem com um amor estéril, sem vida. Além disso, a verdade seja dita, algumas de suas esposas iriam encontrar mais felicidade em um relacionamento adúltero do que em suas casas sem vida. Jesus sabe que se refletirem em seu inconsistente estilo de vida propenso ao erro, eles iriam sentir a sua necessidade constante pela graça. E, se eles abraçassem a Jesus, Sua graça iria libertá-los para o amor. Um amor que cria vida, não a sufoca. Um amor que restaura, não condena.

Jesus vai até a mulher também. Ao contrário dos fortes, poderosos fariseus, esta mulher é esmagada pelo julgamento do próximo, bem como por ela mesma. Ela é silenciosa, porque é culpada. Jesus não tinha necessidade de despertar a culpa nela. Ela condena a si mesma. A lei é clara. Incrivelmente, porém, Jesus visivelmente transfere a ira da multidão para si mesmo. Ele a restaura e lhe define um novo caminho. Mas a história ainda não acabou, porque mesmo quando a multidão se desfaz, a raiva continua dentro deles. Na verdade, ao invés de serem libertos da raiva, ela é realimentada. Logo, todo o mal sentimento, todo ressentimento serão derramados sobre Jesus na cruz.

Tal como acontece com muitas das parábolas e cenas da vida de Jesus, o final é deliberadamente ausente. Como os fariseus irão agir a partir de então? Como a mulher irá agir? A razão por que o fim está faltando é porque ele precisa ser escrito por nós. Mesmo em se tratando de um Deus Todo-poderoso, Ele não vai forçar ninguém a aceitá-lo ou o seu caminho. A escolha é nossa. O que Deus fez, porém, é demonstrar o amor mais caro com o qual Ele nos ama, para que nossos olhos possam ser abertos ao Seu amor. Este é um amor que de outra forma não veríamos, porque nós somos demasiados cegos pelo nosso foco em medir a nossa "bondade" e "maldade". Estamos distraídos por esta medição constante de nós mesmos e daqueles que nos rodeiam, em vez de nos focalizarmos permanentemente em Jesus."

Adaptado de "The prodigal son parable - a quest for the original words & meaning of Jesus / How does Jesus run to us"

(Fonte: http:///www.eprodigals.com
Kenneth E. Bailey, Th.D.
Research Scholar and Lecturer in Middle Eastern New Testament Studies
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